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16/09/2025
2 em cada 5 mortes em rodovias acontecem por falta de cinto de segurança, aponta Arteris
Apesar da redução geral de fatalidades no 1º semestre de 2025 na comparação com o ano anterior, dados indicam que a negligência no uso do item de segurança mais básico está relacionada a 90 mortes registradas nesse período, somando os dois últimos anos

São Paulo, 16 de setembro de 2025 – A Arteris, especialista em gestão de rodovias, realizou um balanço semestral que revela um dado preocupante: a falta do cinto de segurança continua sendo determinante em uma parcela expressiva das mortes nas rodovias. Ao todo, nos primeiros semestres de 2024 e de 2025, 90 pessoas perderam a vida em acidentes em que houve a constatação da ausência do equipamento.
A análise mais recente mostra que quase metade (43,7%) das mortes no primeiro semestre deste ano, em acidentes com veículos elegíveis para o uso do equipamento (carros, caminhões e ônibus), estão relacionadas à falta do cinto de segurança.
Um perfil de vítima muito específico desponta nesse cenário: 76,6% das fatalidades (69 dos 90 casos analisados) envolvem pessoas do sexo masculino, sendo os condutores dos veículos a maior parcela - 61 mortes. A negligência quanto ao uso do cinto de segurança permanece, assim, como um fator persistente para a letalidade dos acidentes.
De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as infrações por não usar o cinto de segurança saltaram de 90.067 registros em 2007 para 216.267 no ano passado, um comportamento que contribui para o alto número de mortes evitáveis nas estradas. O Código de Trânsito Brasileiro classifica o não uso do cinto como infração grave. A multa é de R$ 195,23 e acarreta 5 pontos na CNH do condutor. O veículo pode ser retido até que todos os ocupantes estejam devidamente afivelados.
Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) reforçam a importância do equipamento: o uso do cinto de segurança reduz o risco de morte em pelo menos 60% para quem está no banco da frente e em 44% para os ocupantes do banco traseiro. Cerca de 50% da eficácia do cinto está diretamente relacionada à prevenção da ejeção de ocupantes em caso de colisão. O estudo alerta ainda para um dado crítico: não usar o cinto no banco de trás aumenta em cinco vezes o risco de morte de quem está no banco da frente.
"Realizamos ações educativas contínuas sobre segurança nas rodovias, investimos em infraestrutura, tecnologia e inovação para reduzir acidentes e preservar vidas no trânsito. Fazemos a nossa parte, mas precisamos da conscientização de todos. Usar o cinto é uma atitude simples, que pode representar a diferença entre a vida e a morte. É muito triste saber que ainda temos pessoas que se arriscam nas estradas e desrespeitam essa regra básica e tão fundamental para a segurança", lamenta Marcelo Sato Mizusaki, superintendente do Núcleo de Operações da Arteris.
Uma criança sem cinto ou com o dispositivo mal posicionado, por exemplo, pode ser projetada contra bancos, painel ou outros passageiros, mesmo em baixa velocidade. Por isso, a recomendação é que o cinto esteja sempre ajustado ao corpo, passando pelo ombro e quadril, com acessórios que ajudem a manter a postura correta sem comprometer sua eficácia.
Além disso, tecnologias de monitoramento com inteligência artificial e parcerias com o policiamento rodoviário ajudam a coibir condutas imprudentes. Essas ações reforçam que a negligência no uso de equipamentos de segurança pode trazer consequências graves a todos os ocupantes do veículo, independentemente da idade.
Salvar vidas: compromisso alinhado à Agenda ESG e ONU
A segurança viária é um dos pilares estratégicos da Arteris, integrado a Agenda ESG e aos Objetivos do Desenvolvimento Estratégico da ONU por meio do ODS 3 (Saúde e Bem-estar), norteando ações da companhia nos 3.200 quilômetros de rodovias que administra por meio de sete concessionárias em SP, MG, RJ, SC e PR.
A companhia assinou voluntariamente a Década de Ação para Segurança no Trânsito, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê a redução em 50% das fatalidades até 2030. Os resultados do período entre 2010 e 2020 foram excelentes, com a superação da meta com redução de 51% e a renovação do propósito até 2030, o que reforça a sua atuação conjunta com órgãos de fiscalização e com a sociedade para salvar vidas.
A atuação da empresa na área de segurança viária é integrada e baseada em estudos técnicos, pesquisas de comportamento, análise de tráfego, mapeamento de acidentes e aplicação de novas tecnologias. Cada concessionária possui seu próprio Plano de Redução de Acidentes (PRA), elaborado pelo Grupo Estratégico de Redução de Acidentes Rodoviários (Gerar) e estruturado em três pilares:
- Engenharia: obras e projetos de infraestrutura que incluem duplicações, áreas de escape, melhorias na aderência do pavimento, reforços de sinalização e implantação de dispositivos de segurança;
- Operações e Tecnologia: monitoramento por câmeras inteligentes, reforço de equipes em períodos de alto fluxo, apoio a ações de fiscalização e organização de simulados;
- Educação: programas permanentes como o Projeto Escola, Viva Meio Ambiente e campanhas dos Programas Viva, entre eles o “Tô de Cinto, Tô Seguro”, que já impactaram milhões de motoristas e passageiros.